15 novembro 2009

Ironias do Destino

A vida às vezes parece tão injusta. Como que premeia os falsos com alegrias e os justos com desilusões.
Como podes estar tão feliz quando a única coisa que trouxeste foram palavras falsas, atitudes arrogantes e respondeste com ingratidão e desprezo ao esforço de outros? Olhas de cima com altivez quando devias ser tu quem devia estar em baixo.

E tu, que deste o teu melhor, que estendeste a mão sem segundas intenções, foste promovido com obstáculos e caíste no esquecimento da vida.

Mas Deus escreve direito por linhas tortas. Não há coincidências. E o tempo é o melhor aliado da justiça. Nunca te esqueças disso. O que deste ser-te-á entregue, o que apostaste ser-te-á devolvido. O que semeaste, um dia colherás: é a lei mais subtil do universo.
São as ironias do destino, mas recorda-te, o último a rir é o que ri melhor.

07 novembro 2009

Staind ft. Fred Durst - Outside


And you, bring me to my knees...again
All this time, that I could beg you please....in vain
All the times, that I felt insecure....for you
And I leave my burdens at the door
But I'm on the outside
I'm looking in
I can see through you
See your true colors
'Cause inside you're ugly
You're ugly like me
I can see through you
See to the real you
All this time that I felt like this won't end
Was for you
And I taste what I could never have
It's from you
All those times that I've tried
My intentions, full of pride
But I waste more time than anyone
All the times that I've cried
All this wasted, it's all inside
And I feel all this pain
Stuffed it down, it's back again
And I lie here in bed
All alone, I can't mend
But I feel, tomorrow will be o.k.

03 novembro 2009

Porque

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sofia de Mello Breyner

01 novembro 2009

Se

"Não sei (…) se alguma vez encontrarás no teu coração espaço para compreenderes ou perdoares o que eu fiz. Não te censuro se não encontrares, porque eu também não encontro. Ainda hoje me interrogo sobre o que aconteceu, sobre as nossas opções perante o destino, sobre o facto de que não passamos de meros peões de circunstâncias, joguetes num tabuleiro cujas regras não compreendemos nem dominamos. (…) Muitas vezes dou comigo a pensar como teriam sido as nossas vidas se as coisas tivessem corrido de maneira diferente, se as circunstâncias tivessem sido outras, se as nossas decisões tivessem ido noutro sentido. (…) Tantas interrogações, tantas dúvidas, tantos fins diferentes, tantos “ses”. Na verdade (…) “se” é a palavra mais terrível, mais angustiante da condição humana. Tenho plena consciência de que, se as nossas decisões tivessem sido diferentes em alguns momentos cruciais ou se as circunstâncias fossem outras, mesmo que ligeiramente, a história (...) ainda poderia ter um final feliz. A realidade, porém, é só uma, as considerações sobre o que aconteceria “se” não passam de um dolorosa fantasia a que nos entregamos quando queremos fugir dos fantasmas que nos perseguem ao longo da vida por causa das nossas decisões e das circunstâncias em que foram tomadas.”

José Rodrigues dos Santos in "A Ilha das Trevas"