16 outubro 2010

29 setembro 2010


"Nenhuma pessoa merece as tuas lágrimas, e se houver quem as mereça, ela não te fará chorar."



Gabriel Garcia Márquez

29 julho 2010

"Não é verdade. A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: "Não há mais que ver", sabia que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira o Verão, ver de dia o que se viu de noite, com Sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos aos lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já."


Saramago

10 fevereiro 2010

01 fevereiro 2010

12 janeiro 2010

"Houve pessoas na minha vida que me quiseram bem, que me ensinaram lições de muito valor e outras que me quiseram mal e insistentemente me avisaram de que o meu mundo nunca irá ser pêra doce.
Cometi muitos erros e, sem dúvida, irei ainda cometer muitos mais até morrer.
Quando vi sofrimento, quando percebi que a minha inaptidão estava a causar descontentamento, aprendi a aceitar as minhas responsabilidades e a perdoar primeiro a mim própria e depois a pedir desculpa às pessoas que tenham sido lesadas pelos meus erros. Como não posso apagar a história e a única coisa que posso oferecer a Deus é o meu arrependimento, tenho esperança de que as minhas desculpas sinceras tenham sido aceites.
Podes não controlar todos os acontecimentos da tua vida, mas podes decidir não deixar que eles te debilitem. Tenta ser o arco-íris da nuvem de outra pessoa.
Não te queixes. Esforça-te por mudar as coisas de que não gostas. Se não conseguires mudá-las, muda a tua maneira de pensar. Talvez descubras uma nova solução.
Não te lastimes. As lamúrias permitem ao agressor saber que há uma vítima nas rendondezas.
Certifica-te de que não morres sem ter feito algo de maravilhoso pela humanidade."

Maya Angelou in "Carta à minha filha"

07 janeiro 2010

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.


Eugénio de Andrade

01 janeiro 2010

"Few are those who see with their own eyes and and feel with their own hearts."



Albert Einstein

28 dezembro 2009

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Miguel Torga

17 dezembro 2009

Siddharta

“Quando alguém procura (…) pode acontecer que os seus olhos vejam apenas a coisa que ele procura, que não permitem que ele a encontre porque ele pensa sempre e apenas naquilo que procura, porque ele tem um objectivo, porque está possuído por esse objectivo. Procurar significa ter um objectivo. Mas encontrar significa ser livre, manter-se aberto, não ter objectivos. Tu (…) és talvez um homem à procura, pois, perseguindo o teu objectivo, muitas vezes não vês aquilo que está perante os teus olhos.”
Herman Hesse

12 dezembro 2009

Quatro Paredes

A chuva, tocada pelo vento, atirava-se contra a velha janela…Um vento frio proveniente do exterior tiritava por frechas de portas e janelas. Sombras deformadas erguiam-se mergulhando o espaço numa enorme escuridão.
E sentado naquele quarto vazio escrevia. Escrevia para não pensar, para se afastar de si próprio. Tudo porque ouvira uma vez dizer que se reproduzisse para o papel as suas feridas, elas tenderiam a desaparecer.
Escondia-se naquele pedaço de papel amarelado, carcomido pelos anos, evadindo-se daquele corpo velho gasto, consumido pelo tempo. Corpo cansado, mente lúcida. Ao fim de tanto tempo ainda procurava. O quê? - Perdera-se tantas vezes pelo caminho… - Um sentido. Uma palavra. Uma revelação.
Rabiscava os dias, as horas, os pensamentos…
Recolhia então ao mais íntimo de si numa demanda àquela sabedoria adquirida pelo passar dos anos. Procurava um sentido de justiça, quando todas as palavras, todos os actos, todos os juízos pareciam estar mergulhados numa injustiça omnipresente.
Gatafunhava os medos, as verdades, as ilusões...
Escrevia para esquecer, para abandonar aquele vazio que o preenchia. Entregava-se à sorte do momento como quem abandona uma vida à sorte do destino.

07 dezembro 2009

01 dezembro 2009

Noutro tempo...noutro lugar


Para ti.

Mais do que para ti escrevo para mim.
Quero ter a certeza de que escolho as palavras certas, de que não me entrego a devaneios, de que nada fica por dizer.
Não sei se foste fado ou mero acaso. Isolado capítulo na minha vida, embora no mais íntimo de mim desejasse que tivesses sido todo um livro.
Vagas as memórias que o tempo vai esbatendo: o calor do teu toque, a força do teu abraço, o aconchego dos teus beijos. Irónica a sabedoria que o tempo desvenda. Reconheço agora que muitas vezes temos que aprender a renunciar – instantes que não chegam, quimeras que tardam a aparecer.
É verdade, admito que ás vezes ainda espero - não o devia, eu sei – que mostres que te importas, que não fui apenas um imprevisto, que não lutei em vão. Admito que ás vezes ainda espero reencontrar esse amigo que conheci uma vez num outro tempo, num outro lugar (tão distantes me parecem agora…) e não o estranho com que me deparei no final. Triste admitir que por entre receios, sonhos, lutas e desilusões perdi um amigo. Não estou zangada, é certo, apenas não escondo a tristeza de quem se enganou.

De,

Mim.

15 novembro 2009

Ironias do Destino

A vida às vezes parece tão injusta. Como que premeia os falsos com alegrias e os justos com desilusões.
Como podes estar tão feliz quando a única coisa que trouxeste foram palavras falsas, atitudes arrogantes e respondeste com ingratidão e desprezo ao esforço de outros? Olhas de cima com altivez quando devias ser tu quem devia estar em baixo.

E tu, que deste o teu melhor, que estendeste a mão sem segundas intenções, foste promovido com obstáculos e caíste no esquecimento da vida.

Mas Deus escreve direito por linhas tortas. Não há coincidências. E o tempo é o melhor aliado da justiça. Nunca te esqueças disso. O que deste ser-te-á entregue, o que apostaste ser-te-á devolvido. O que semeaste, um dia colherás: é a lei mais subtil do universo.
São as ironias do destino, mas recorda-te, o último a rir é o que ri melhor.